quarta-feira, 9 de março de 2011

Só mais um dia comum...

Aquele dia não terminava, eu já não aguentava mais, precisava da minha cama, precisava do silêncio do meu quarto, da minha solidão. Sim, às vezes precisamos da solidão para nos sentirmos bem, era o meu caso. E o ônibus não passava, a cada gole a bebida ficava mais amarga, a cada cigarro, uma vontade maior de desaparecer, de vez.
Não havia porque eu me culpar, mas aquilo doía cada vez mais em mim, o desejo de realizar desejos me fazia mal, aquele olhar me fazia mal, aquele desprezo, aquele cigarro, aquele bebida, aquele lugar, aquela gente... Nada mais faria eu me sentir bem naquela noite.
No ônibus, sentia minha casa cada vez mais distante, não pertencia à nada daquilo e meus pensamentos, cada vez me corroendo mais, as feridas ficando mais abertas e a vontade de gritar se fazia presente.
Pensei que chegando em casa, aquele silêncio, aquela solidão me faria bem, ouvi coisas que não queria e não eram necessárias, tentei dormir, foi em vão. Peguei o livro mais próximo, li sobre morte, solidão, agonia, e simplesmente quis trocar de corpo, trocar de vida com Gregor Samsa, aqueles personagens precisavam dele, eu nunca fui (nem quis ser) tão importante assim para alguém.
Na manhã seguinte, algo me incomodava ainda, apenas desejos de desejos, apenas vontade de SER alguém... Isso não acaba aqui.

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